| Foto: Alfredo Fernandes |
O modelo de habitação popular do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim) foi considerado de boa qualidade pelos pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), Vasco Portugal, Layla Shaikley e Caled Harper, que, nesta sexta-feira, dia 27 de julho, encerraram os estudos sobre o Programa.
A equipe do MIT irá preparar proposta de modelo, baseando-se no Prosamim, para apresentá-la, no mês de setembro, em Nápoles (Itália), durante o UN-Habitat, World Urban Forum 6, que é um evento das Nações Unidas, voltado para habitação. “Queremos mostrar a implementação do Prosamim, falar da aceitação do Programa e das perspectivas futuras”, disse Vasco Portugal.
O MIT é um centro universitário privado de educação e pesquisa, cuja sede está localizada em Cambridge, nos Estados Unidos, e é um dos líderes mundiais em ciência e tecnologia, bem como outros campos como administração, economia, linguística, ciência política e filosofia. O Instituto já produziu 70 Prêmios Nobel.
A equipe que visitou e analisou o Prosamim foi composta pelo PhD em Sistemas Sustentáveis, Vasco Portugal, e pelos mestres Layla Shaikley (Ciências de Arquitetura) e Caleb Harper (Arquitetura e Desenvolvimento). Os visitantes são três dos melhores investigadores de área, especialistas em diferentes aspetos de habitação e restabelecimento urbano.
Os pesquisadores do MIT afirmaram que as habitações populares construídas têm qualidade muito melhor do que as de muitos países que já visitaram e que o tamanho de cada apartamento é muito bom.
A equipe faz parte do Grupo Especial de Interesse em Assentamento Urbano (SIGUS), do MIT, que trabalha desenvolvendo projetos de habitação para as Nações Unidas. O SIGUS avalia projetos já existentes para, posteriormente, ajudar a desenvolvê-los em diferentes países com necessidade de urbanização e habitação.
Roteiro de visita – Durante esta semana, os pesquisadores entrevistaram gestores do Prosamim e a comunidade beneficiada; visitaram as habitações padronizadas, construídas pelo Programa, e as áreas de lazer; visitaram órgãos parceiros do Prosamim, como a Superintendência de Habitação do Amazonas (Suhab), onde conversaram com responsáveis pela área de engenharia; e conheceram detalhes do Programa também na construtora Andrade Gutierrez, que executa as obras.
Vasco Portugal disse que a equipe percebeu, junto à comunidade, 100% de aceitação com ações de reassentamento e projetos de habitação. O especialista observou que as reclamações que o grupo ouviu têm a ver um pouco com a comparação que as comunidades fazem entre os modelos de habitações construídas nos parques residenciais já entregues.
“No Parque Gilberto Mestrinho, encontramos moradores que disseram preferir o modelo habitacional do Parque Residencial Manaus, que tem apartamento duplex no andar superior. Eles justificam que se continuasse esse modelo teriam mais espaço no térreo para fazer comércio”, disse Vasco.
A arquiteta urbanista do Prosamim, Reny Moita, observa que uma das razões para a mudança que houve do primeiro conjunto para os demais foi justamente tornar a área apenas residencial e mais adequada ao convívio familiar. O grupo do MIT entendeu que a expansão da moradia para comércio, percebida mais fortemente no primeiro parque residencial, também é algo cultural da cidade.
Elogios – O grupo avaliou que o Programa tem o grande mérito de fazer uma passagem bem sucedida de uma situação de moradias informais para habitações formais. Outra percepção positiva é que o projeto está muito bem integrado dentro das áreas da cidade onde foi construído, não criando nenhuma barreira de circulação ou de habitação entre os espaços.
Os especialistas do MIT observaram ainda que o primeiro parque residencial construído (Manaus) tem habitações com portas na frente e atrás dos apartamentos. Para eles, isto melhora o convívio em comunidade e reduz a criminalidade.
Reny Moita, do Prosamim, informou que a porta dos fundos não foi adaptada aos demais conjuntos construídos porque o Prosamim observou que ela facilitava a expansão irregular da moradia até áreas que devem ser utilizadas para circulação de toda comunidade.
Fonte: Antonio Lopes.
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