Profissionais e
estudantes de 12 faculdades Sul-americanas buscam, em evento,
alternativas para resolver problemas da cidade. Encontro segue até o
sábado (5), quando os projetos serão apresentados em ator público
| No Cacau-Pirêra, em Iranduba, participantes do SOS Manaus conhecem a “arquitetura” feita sobre as águas do rio Negro |
As
cidades de Manaus e Iranduba (a 25 quilômetros da capital) precisam
encontrar um modelo próprio de urbanismo. Esse foi o recado deixado por
profissionais e estudantes de Arquitetura e Urbanismo que participam do
evento ‘SOS Manaus’, promovido pela Organização Não-Govenamental S.O.S
Ciudades, que já realizou eventos deste tipo em nove cidades da América
do Sul. Ontem, eles fizeram visitas técnicas em diversos pontos de
Manaus e Iranduba. Hoje, eles continuam as atividades num debate na
Universidade Federal do Amazonas (Ufam). No final da semana serão
propostos projetos voltados para solucionar problemas de Manaus. O
documento final será apresentado durante um ato público, no sábado, no
largo São Sebastião, Centro.
De
acordo com o diretor da ONG S.O.S Ciudades, Marcelo Vila, o
desenvolvimento de Manaus deve estar ligado intimamente com a natureza.
“Uma das coisas excepcionais que tem essa cidade e é completamente
diferente de todas as que eu vi, é a sua riqueza de matéria prima”,
afirmou. Ainda conforme o coordenador, Manaus é uma cidade privilegiada
por estar no “coração da selva”. “Esta cidade produz biodiversidade e
seus valores são únicos. Portanto, devemos perguntar que tipo de modelo
de cidade querem as pessoas daqui porque o valor essencial está na
floresta, que não deve ser destruída”, destacou. A estudante de
Arquitetura da Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina, e que veio
pela primeira vez a Manaus, Maria Yoma, considera que as autoridades e
os moradores devem explorar “de forma inteligente” os recursos da
floresta. “Definitavamente, cada cidade deve descobrir seu modelo de
crescimento e não copiar modelos europeus ou de outras culturas que não
servem para essa região”, disse a estudante. Ela disse também, que os
recursos naturais daqui são mais “visíveis” do que em outros lugares que
visitou. “Parece que aqui a água, o verde, os rios são mais bonitos.
Então, devemos fazer um uso correto desses elementos na hora de
urbanizar uma cidade”, falou.
Conforme
o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Ufam, José Carlos
Bonetti, na tarde do próximo sábado, todos os participantes se reunirão
em frente ao Teatro Amazonas, Centro, e entregarão aos representantes do
governo, três projetos de arquitetura e urbanização confeccionados
durante o encontro. “Já fizemos o convite às autoridades. Espero que ao
longo do encontro eles respondam”, finalizou.
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