Até agora, a capital do Amazonas vem sofrendo os efeitos apenas da cheia do rio Solimões, que este ano se antecipou em, pelo menos, 15 dias
| O artigo 5º da Lei 1.666 diz que o auxílio-aluguel - benefício de caráter eventual - deve ser destinado a famílias cujos imóveis estejam em risco iminente de alagamento e que necessitem de desocupação |
Manaus
já decretou situação de emergência há uma semana e tem hoje mais de 16
mil pessoas que já tiveram que deixar suas casas ou improvisar pontes e
levantar assoalhos para escapar da cheia, que já afeta 11 bairros das
Zonas Oeste a Sul. Entre quinta e sexta-feira, o rio Negro subiu mais
cinco centímetros e ficou a apenas 39 centímetros da marca histórica de
29,77 metros, registrada em 2009.
Até
agora, a capital do Amazonas vem sofrendo os efeitos apenas da cheia do
rio Solimões, que este ano se antecipou em, pelo menos, 15 dias. Os
transtornos provocados pela cheia, que pode bater o recorde histórico em
2012, ainda podem ser maiores nas próximas semanas, quando Manaus deve
começar a sentir os efeitos da cheia do rio Negro, explica o engenheiro
hidrólogo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Daniel de Oliveira.
“Tudo
vai depender da intensidade da cheia do Negro, que ainda não chegou a
Manaus. A cheia do Negro é mais sentida justamente pelos municípios na
região de Manaus, onde acontece o represamento dos rios, com o Encontro
das Águas. Isso pode elevar ainda mais nível do rio Negro, que já está
represado pela cheia do Solimões”, esclareceu.
Segundo
Oliveira, a cheia do Negro em Manaus vai depender da intensidade de
precipitação pluviométrica na região da ‘cabeça do cachorro’, que por
hora têm sido intensa. Ele informou que medições em uma das estações
localizada no Peru indicam que, por lá, o nível do rio Negro já
ultrapassou o recorde histórico. “Mas o mesmo ainda não aconteceu nas
outras estações do Peru nem nos municípios que ficam no Amazonas, no
Alto rio Negro. A cheia ainda não chegou ao ápice, lá”, disse.
Entre
os municípios da calha do rio Negro que devem ser afetados pela cheia
estão São Gabriel da Cachoeira, Santa Izabel do Rio Negro e Barcelos. Em
São Gabriel da Cachoeira, o CPRM registrou cota de 10,14 metros no
último dia 2. O nível está a mais de dois metros do maior já registrado,
de 12,17 metros, em 2002. Mas já ultrapassa a marca registrada no mesmo
dia de 2002, quando o rio estava com 9,6 metros.
Em
Barcelos o cenário é o mesmo. A maior cheia registrada lá aconteceu em
1976, quando o rio Negro atingiu a marca de 10,32 metros. Nesta sexta a
cota do rio estava em 8,98 metros, acima dos 8,05 metros registrados no
dia 4 de maio de 1976.
No
Alto Solimões, região do município de Tabatinga, o nível do rio já
começa a baixar, segundo a CPRM. O ápice da cheia, lá, ocorreu no dia 25
de abril, quando as águas atingiram a marca de 13,73 metros, ficando a
apenas nove centímetros da cheia recorde.
Na
região de Itapéua, em Coari, a vazante do Solimões ainda não começou.
De acordo com Oliveira, o rio está subindo entre dois e quatro
centímetros por dia e atingiu a marca de 19,60 metros nesta sexta,
ficando a apenas sete centímetros da cota de emergência e a 57
centímetros da cheia recorde.
Já
na região do Careiro Castanho o rio Solimões já ultrapassou a cota de
emergência em 21 centímetros e está a apenas 38 centímetros do maior
nível registrado na série histórica.
Outra
região que preocupa o CPRM, de acordo com Oliveira, é a do Baixo
Amazonas, mais especificamente no município de Parintins, onde mais de
70 famílias estão desabrigadas e 300 casas foram alagadas.
Lá,
o rio Amazonas está na marca de 9,02 metros, 20 centímetros acima da
cota de emergência e 36 centímetros abaixo da cheia recorde. “O problema
é que o rio Amazonas, em Parintins, está subindo dois centímetros por
dia e é um dos locais onde a vazante começa por último, pois recebe a
influência do Solimões e do Negro.”
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