segunda-feira, 10 de março de 2014

CHEIA: Hidrelétrica de Santo Antônio (RO) deixa em alerta Sul do AM

Os possíveis impactos causados pela construção da UHE de Santo Antônio e ainda a UHE


A construção da UHE de Santo Antônio, iniciada em 2008 ( Foto: Internete)



Pelo menos quatro municípios do Sul do Amazonas estão sofrendo impactos ambientais ocasionados pela construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Santo Antônio, localizada no estado de Rondônia. A informação é do prefeito do município de Canutama (a 619 quilômetros de Manaus), Ocivaldo Amorim, que afirma que 2% dessa região já está alagada. Segundo o prefeito, 50% a 70% das zonas Urbana e Rural, respectivamente, irão inundar quando a UHE atingir capacidade máxima de operação.

A construção da UHE de Santo Antônio, iniciada em 2008, é considerada um empreendimento de grande porte que envolve o represamento do rio Madeira. Com a implantação, dois problemas surgiram: o alargamento do rio em virtude da elevação do lençol freático, volume das águas, e, em consequência, a inundação de parte do território do Estado do Amazonas. 

Em agosto de 2013, o deputado estadual Sidney Leite (PROS) já havia denunciado o caso na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Segundo o parlamentar, nas terras do território amazonense a represa deixou áreas alagadas, gerando também impactos sociais.

Leite esteve na região acompanhado do prefeito Amorim e da secretária de Estado de Desenvolvimento Sustentável, Kamila Amaral. A equipe visitou áreas antes ocupadas apenas por pequenos igarapés, que hoje formam imensas áreas alagadas e com a vegetação morta. O município de Canutama se encontra em situação de emergência por conta da cheia do rio.

Para o deputado, a questão dos limites territoriais é outro ponto que precisa ser melhor esclarecida, uma vez que o consórcio responsável pelas obras da usina afirma que o território alagado pelo Madeira pertence a Rondônia, mas a população que reside nos assentamentos dessa região é considerada amazonense, atendida por políticas públicas do Amazonas.
Com base nesses impasses, o parlamentar irá entrar com quatro pedidos de providências junto ao Ministério Público Estadual (MPE), Secretaria de Estado de Política Fundiária (SPF), Procuradoria Geral do Estado (PGE) e a Casa Civil.   

Agravamento

Outra questão que tem alarmado os moradores do município de Canutama, segundo o prefeito Ocivaldo Amorim, é a informação que vem sendo divulgada em Rondônia, de que a administração da UHE Santo Antônio irá construir um canal para que a água do rio Madeira, atualmente cotada em 18,73 metros, corra pelo rio Mucuim. “Caso isso aconteça, irá alagar outra parte de Canutama destruindo a vegetação local”, explicou o prefeito.

A água do rio já alagou pelo menos 10 km do município de Canutama. A proposta de Amorim é que haja uma Audiência Pública envolvendo a SDS e o Instituto de Proteção da Amazônia (Ipaam), para discutir a realidade da região. “É preciso que os técnicos do Ipaam venham aqui, uma vez que a administração de Santo Antônio nega que haja interferência da usina quanto ao nível das águas do rio Madeira”, comentou. 

O deputado estadual Sidney Leite encaminhará ao Ipaam, nesta segunda-feira (10), um requerimento solicitando providências, urgentes, por parte do órgão.

 Impactos discutidos com a Bolívia

Os possíveis impactos causados pela construção da UHE de Santo Antônio e ainda a UHE de Jirau serão analisadas pelos governos da Bolívia e do Brasil. Em nota divulgada a imprensa, o ministro das relações exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, informou que no dia 7 de abril participará de uma reunião com o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo para discutir essa questão. 

Segundo informações divulgadas pelo Itamaraty, os dois países estão avaliando a situação da cheia histórica do rio Madeira, que já deixou 60 mortos e pelo menos 60 mil famílias afetadas na Bolívia e mais de 2 mil famílias desabrigadas em Porto Velho (RO).


Com Irformações da Assessoria



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