Alma identificou fenômeno ao ver 'armadilha' de poeira em volta de estrela
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Concepção
artística mostra 'armadilha' de poeira no sistema Oph-IRS 48 (Foto: ESO/L.
Calçada)
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O
supertelescópio Alma (sigla de Atacama Large Millimeter/submillimeter Array),
instalado no Deserto do Atacama, no Chile, identificou pela primeira vez uma
"fábrica" de cometas ao observar uma "armadilha" de poeira
ao redor de uma estrela jovem, a 400 anos-luz da Terra.
Os
resultados do estudo, coordenado pelo Observatório de Leiden, na Holanda – e
com participação de institutos e universidades dos EUA, Chile, Alemanha,
Irlanda e China –, serão publicados na revista "Science" desta
sexta-feira (7), e estão antecipados online nesta quinta (6). Os registros
foram feitos quando o Alma ainda estava sendo construído – a inauguração
ocorreu em março.
Esta
é a primeira vez que uma armadilha de poeira do tipo é claramente observada e
reproduzida – até agora, não havia provas concretas de que elas realmente
existissem.
A
estrela identificada no sistema Oph-IRS 48, na constelação do Serpentário, é
rodeada por um anel de gás com um buraco central, provavelmente criado por um
planeta invisível ou uma estrela companheira.
A
armadilha, localizada no redemoinho de gás do disco, funciona como um
"porto seguro" para favorecer o crescimento de partículas de poeira,
que começam como grãos milimétricos que vão se colidindo e aglutinando, até
atingir a dimensão de cascalhos ou pedregulhos de um metro de comprimento,
capazes de formar cometas.
Essa
cilada tem um tempo de vida médio de centenas de milhares de anos – apesar
disso, mesmo quando perde sua função, a poeira acumulada leva milhões de anos
para se dispersar.
Segundo
os autores, liderados pela cientista Nienke van der Marel, a descoberta
soluciona um mistério de longa data sobre a formação dos planetas, pois ajuda a
explicar como as partículas de poeiras nos discos estelares crescem até atingir
o tamanho suficiente para formar cometas, planetas e outros corpos rochosos.
Há
tempos, os cientistas sabem que há inúmeros planetas orbitando em torno de
estrelas, mas o que eles ainda não compreendem muito bem é como esses corpos se
formaram.

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