Enchente dos rios no Amazonas deixam cidades completamente debaixo d´água. O caso mais grave está no Careiro da Várzea, na região do baixo rio Solimões. O fenômeno, contudo, é forte no Amazonas, Maués-açu e no Paraná do Ramos
| Município do Careiro da Várzea está praticamente submerso |
No
interior do Amazonas municípios inteiros estão debaixo d´água. É o
caso de Manaquiri, Careiro da Varzea, Anamã e Anori. As cidades da calha
do Solimões estão próximas de atingir a cota recorde de 2009: 17m27.
Em
Manaquiri (a 65 quilômetros de Manaus), mais de 60% do município estão
debaixo d´água que atingiu as casas de, pelo menos, 1.097 famílias já
cadastradas pela prefeitura municipal.
Além
da cheia, as fortes chuvas que atingiram a cidade estão fazendo com
que as famílias procurem ajuda de entidades religiosas de auxílio da
população.
“Estamos com pelo menos
40 famílias aqui na igreja e diariamente temos recebido mais famílias em
busca de abrigo, principalmente, as habitantes de áreas mais distantes
do município, todas atingidas pela subida dos rios. Dentro do que
podemos fazer nós tentamos ajudar. Tentamos alojar as pessoas que nos
procuram ou encontrando algum lugar para elas ficarem. A situação da
cheia está muito difícil para a população daqui do município e estamos
empenhando todas as igrejas do município para ajudar”, disse o padre da
Igreja Católica de Manaquiri, Martin James Laulaman .
No
total, 1.200 alunos de 12 escolas de Manaquiri estão sem aula devido a
cheia dos rios. A cidade que tem vocação agrícola perdeu mais de 40% da
produção de mandioca e abóbora.
No
Município de Careiro da Várzea (a 29 quilômetros de Manaus), a situação
da cheia do rio Solimões está próxima de atingir o caos registrado em
2009. Quase todo o território da sede está inundado. Casas, ruas e
comunidades inteiras foram tomadas pelas águas. Pecuaristas estão
tentando transferir a criação deles para terras mais altas, mas a água
sobe muito rapidamente
Dos 62
municípios do Amazonas, 38 cidades, incluindo Manaus, decretaram estado
de emergência devido as cheias dos rios, que promete ultrapassar todos
os limites registrados em 2009. Segundo o balanço da Defesa Civil do
Amazonas, dez novos municípios que decretaram situação de emergência
serão contemplados com a ajuda humanitária: Cestas básicas, kits de
higiene pessoal, kits de limpeza, kits de medicamentos, kits dormitório,
kits de medicamentos, filtros microbiológicos, hipoclorito de sódio.
Ao
todo são 120 toneladas de material e o Governo do Estado já
disponibilizou a R$ 850 mil em aporte financeiro, R$ 100 mil para os
primeiros municípios em estado de emergência na calha do rio Juruá
(Envira, Eirunepé, Guajará, Ipixuna, Carauari, Itamarati, Juruá) e R$
150 mil para Boca do Acre, no Purus. Na primeira etapa do Cartão
Amazonas Solidário foram entregues R$ 400 para cada família do Juruá e
Purus.
As enchentes que afligem as
populações do interior do Amazonas não preocupam apenas por conta das
perdas das moradias, equipamentos e utensílios domésticos, plantações e
criação de animais, mas também pelas doenças adquiridas pelas crianças,
jovens, adultos e idosos como a leptospirose, hepatites, febre tifóide,
dengue, cólera e diarreias. O dilema das famílias aumenta porque não
existem médicos para tratar e curar as enfermidades das cheias nem as
outras doenças.
Essa realidade foi
discutida na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), do Senado (CAS). Mesmo
com infraestrutura e plano de carreira, médicos não se interessam em
trabalhar no interior do Amazonas. “Temos um déficit de 360 equipes no
programa médico da família, por exemplo. Há prefeitos pagando R$ 25 mil
em salário e não encontram profissionais interessados. Fizemos um
concurso público em 2005 e sobraram vagas. Nesse período também perdemos
188 médicos”, declarou o secretário adjunto de atenção especializada do
interior, da Secretaria de Saúde do Amazonas, Evandro Oliveira.
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