Coordenador da força-tarefa da operação pretende ampliar no próximo ano parcerias com órgãos internacionais de investigação e triplicar o número de acusações formais contra os personagens do petrolão
Procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato(Vagner Rosario/VEJA) |
O
Ministério Público Federal estabeleceu que, em 2016, os principais objetivos da
Operação Lava Jato serão identificar mais contas no exterior usadas no esquema
de corrupção na Petrobrás, fechar o cerco contra empresas estrangeiras
envolvidas e triplicar o número de acusações formais contra personagens sob investigação
pela força-tarefa. Até o momento, foram repatriados 659 milhões de reais de
contas no exterior, segundo o mais recente balanço da operação.
O coordenador da
força-tarefa, o procurador da República Deltan Dallagnol, afirmou que os
valores ainda são baixos. "Podemos dizer que um número muito pequeno de
contas mantidas ilegalmente no exterior por corruptos e corruptores veio ao
Brasil", disse. "Tem muita coisa por vir ainda." A estratégia,
segundo a procuradoria, será ampliar parcerias com órgãos internacionais de
investigações. Dallagnol citou como exemplo a bem-sucedida troca de informações
com o Ministério Público da Suíça, que encontrou quatro contas no exterior do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A Lava Jato realizou 86
pedidos de cooperação internacional em 36 países. Desse total, há 77 pedidos de
cooperação com 28 nações em vigor. Essas parcerias permitem, por exemplo, o
bloqueio de bens dos envolvidos no esquema de corrupção na estatal. No caso de
Cunha, foram congelados 2,4 milhões de dólares na Suíça.
Além de mirar contas
usadas por corruptos e corruptores, o Ministério Público Federal decidiu
aprofundar as investigações contra empresas estrangeiras que foram beneficiadas
pelo esquema na Petrobrás, como a holandesa SBM. "Vamos para cima das
empresas estrangeiras também", comentou Dallagnol.
Veja.com
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