O projeto que vai atender aos Municípios de Boca do Acre, Lábrea, Apuí e Novo Aripuanã, incentiva produtores a produzir de forma sustentável
| Segundo a secretária da SDS, Nádia Ferreira, a região do Sul do Amazonas é a que mais preocupa quanto ao desmatamento |
Um
projeto pioneiro de reflorestamento das áreas de desmatamento no Sul do
Estado do Amazonas com espécies de valor comercial para geração de
renda começa a mostrar os resultados dos primeiros passos. Após a
identificação de mil propriedades a serem contempladas com ações de
reflorestamento de 1450 hectares por meio de Sistemas Agroflorestais
(SAFs), a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (SDS), anuncia a realização de cursos de capacitação para os
produtores rurais, a partir da segunda quinzena de fevereiro.
Com
financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), usando recursos do Fundo Amazônia, no total de R$ 20 milhões, o
projeto vai atender aos Municípios de Boca do Acre (a 1.028 quilômetros
de Manaus), Lábrea (a 703 quilômetros), Apuí (a 476 quilômetros) e Novo
Aripuanã (a 228 quilômetros), famosos pelos altos índices de
desmatamento. Estão também no projeto o Instituto de Terras do Amazonas
(Iteam), o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do
Amazonas (Idam) e o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
Segundo
a titular da SDS, Nádia Ferreira, projeto foi assinado no final de 2010
e, dada a complexidade, está ainda na fase de identificação das áreas.
Mas em 238 propriedades devidamente identificadas já foi iniciado o
processo de mecanização agrícola com a impeza e preparação das áreas de
plantio, ação que deve ser concluída até julho deste ano para, no mês
de agosto, iniciar-se a adubação e abertura de covas para o plantio.
“Cada propriedade foi visitada e avaliada, tendo o produtor aderido ao
projeto”, explicou a secretária.
ESPÉCIES
As
espécies escolhidas pelos produtores são a castanha, andiroba, cedro
rosa, paricá, ipê, cumaru, guaraná, cupuaçu, açaí, banana, café, cacau,
jatobá, piquiá, jenipapo, cedrinho e angelim. “Serão reflorestadas 1000
propriedades rurais, das quais 350 estarão no Município de Apuí, 250 no
Município de Boca do Acre, 250 no Município de Lábrea e 150 no Município
de Novo Aripuanã”, revelou Nádia.
O
processo de produção das mudas foi iniciado em janeiro deste ano pela
empresa Campos da Amazônia Biotecnologia Consultoria e Comércio Ltda,
contratada por R$ 6,7 milhões para a produção de aproximadamente 1,4 mil
mudas em quatro viveiros construídos na sede dos municípios. De acordo
com o calendário agrícola, as mudas serão distribuídas nas propriedades
rurais a partir de setembro para que os produtores iniciem o plantio com
orientação técnica do Idam, explicou a secretária.
Objetivo é mudar processos
De
acordo com a coordenação do projeto, como incentivo à mudança do
processo produtivo atual para uma produção de característica mais
sustentável, estão sendo implantados nos municípios de abrangência do
projeto 12 modelos de produção para ampla escolha dos contemplados.
Entre
os cursos estão os de educação ambiental voltada à agricultura
familiar, agroecologia, cadastro ambiental rural, coleta de sementes
florestais, sistemas agroflorestais, integração lavoura, pecuária e
floresta, e pastejo rotacionado. Para agregar renda às famílias, o Idam
distribui sementes de espécies de ciclo curto, tais como milho, arroz e
feijão para serem plantadas nas áreas onde já foi realizada a
mecanização agrícola.
O investimento
do projeto em cada produtor ao final será em torno de R$ 16 mil. Com a
produção de médios e longos ciclos, a expectativa é que eles percebam
que estão fazendo uma espécie de “poupança verde”, que se bem cuidada,
terá frutos a curto, médio e longo prazo, finaliza Nádia Ferreira.
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